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CIÊNCIA & TECNOLOGIA - Trabalhos Técnicos

Sanidade

Pneumovírus Aviário Panorama Atual no Brasil

Silva, Byron Grieco Moreira da Introdução As doenças respiratórias continuam a ser a principal causa de perdas econômicas na indústria avícola mundial, pelo aumento dos índices de mortalidade, custo de medicamentos, índices de condenação, quedas na produção de ovos, perda na qualidade de casca e queda na incubabilidade de ovos férteis. O pneumovírus aviário (APV) tem adquirido, ano após ano, papel de destaque entre os patógenos respiratórios, com o agravamento dos quadros respiratórios em reprodutoras, poedeiras comerciais e frangos de corte, além de seu hospedeiro preferencial, os perus. A atualização dos aspectos epidemiológicos e estratégias de controle adotadas é descrita com base nas novas condições da avicultura brasileira. Etiologia À parte de suas características básicas, o pneumovírus aviário possui, até o presente momento, somente um sorotipo com três diferentes subtipos (ou subgrupos): • Subtipo A - Baseado nos isolados feitos na Inglaterra, África do Sul. O isolado brasileiro pertence a este subtipo; • subtipo B - Baseado nos isolados feitos na França e Europa continental; • subtipo C ou Colorado - Isolados americanos. Existe uma forte neutralização cruzada entre os diversos subtipos, comprovada em provas de proteção cruzada, que não indica a necessidade de desenvolvimento de novas vacinas para o controle do APV. A Situação Epidemiológica Brasileira Os relatos iniciais de casos de Síndrome da cabeça inchada devidos ao APV datam de 1986, no Estado de São Paulo, porém o quadro foi considerado como sendo de infecção pelo vírus da bronquite infecciosa aviária e contaminação secundária bacteriana. Posteriormente em 1988, no Estado de Minas Gerais, matrizes pesadas foram acometidas por enfermidade de manifestação aguda, com suspeita de bronquite infecciosa e confirmação sorológica vários anos após a ocorrência. A partir de 1990 vários relatos são feitos de casos sugestivos de infecção pelo pneumovírus, porém a ausência de recurso diagnóstico confiável acabou por gerar dúvidas da presença do mesmo em plantéis de reprodutoras. As observações feitas a partir de 1995 demonstram o aumento de patogenicidade do agente, com ocorrência de perdas econômicas importantes em estados do sul, notadamente no Rio Grande do Sul. Progressivamente, ano após ano, são feitos relatos em diferentes estados, com demonstração clara da movimentação do pneumovírus em direção ao Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, a despeito da ocorrência de surtos prévios da doença. O estudo de surtos ocorridos a partir de maio de 1998 no Rio Grande do Sul, demostrou uma nova tendência na manifestação do pneumovírus aviário: o período do ano deixa de representar uma característica constante (ocorrência principalmente no período de verão) e novos relatos são feitos em épocas frias, alterando a estratégia de vacinação adotada inicialmente. Atualmente podemos caracterizar a ocorrência de infecções por pneumovírus segundo o segmento de aves potencialmente afetadas, a saber: Reprodutoras pesadas e leves A ocorrência durante o período de recria, visto com certa freqüência, leva a ocorrência do quadro típico de Síndrome da cabeça inchada. Os lotes em produção apresentam os seguintes perfis de comportamento clínico e zootécnico: • lotes afetados no início do período de produção mostram uma curva ascendente mais íngreme do que o padrão estabelecido pelas linhagens, não alcançando, no entanto, o pico previsto de produção, permanecendo de 2 a 4-5% abaixo do padrão, representando uma perda de 3,0 a 8,0 pintos por matriz alojada (150 pintos nascidos por ciclo normal de produção), além do aumento de mortalidade, custos de medicação, queda inicial de produção e ração consumidas; • mortalidade e viabilidade final em lotes afetados pelo APV é até 5% inferior aos padrões previstos para as linhagens. Isto significa uma perda de até 50 aves por ciclo de produção, com perdas potenciais de até 6.750 pintinhos não produzidos por ciclo; • ocorrência de quadros de salpingite e peritonite com invasão bacteriana secundária (principalmente por E. coli); • machos são afetados seriamente alterando a espermatogênese e viabilidade dos ovos férteis. Poedeiras comerciais As observações clínicas que tem sido observadas com maior frequência: • aves infectadas na recria apresentam o quadro característico da enfermidade porém a presença de outros agentes, como o Mycoplasma gallisepticum (MG) acabam por alterar a manifestação clínica; • a infecção em produção provoca a queda da qualidade de casca, observada inicialmente na sala de classificação de ovos, com aumento de ovos trincados e despigmentados (aves vermelhas). A ocorrência de infecções múltiplas em poedeiras comerciais não permite que seja descriminado o papel efetivo de cada agente envolvido (como a bronquite infecciosa e MG). Frangos de corte As manifestações clínicas ocorrem principalmente após as 4 semanas de idade, com quadros predominantes a partir dos 35 dias de idade. Os sintomas são do tipo respiratório suave a moderado, com agravamento na dependência de agentes secundários (principalmente do vírus de bronquite infecciosa ou do tipo de E. coli presente nos galpões). Estes quadros levam à necessidade de tratamento com antibióticos na fase final, com atraso de 1,5 a 2 dias para o abate. O diagnóstico sorológico muitas vezes apresenta negatividade pela amostragem precoce, sem a devida soroconversão. Perus de corte Pela sua suscetibilidade natural, a vacinação de reprodutoras e perus de corte se faz necessária nas áreas de criação. A mortalidade pode alcançar até 30% dos plantéis afetados. Controle Preventivo O controle do pneumovírus aviário, à parte de outras ações básicas (desinfecção, biosegurança, vazio sanitário, etc.), tem sido feito com êxito através da utilização de programas de vacinação empregando-se vacinas vivas e inativadas, conforme a necessidade e tipo de ave afetada. A proteção conferida por esquemas de vacinação eficientes permite a redução de manifestação dos sintomas clínicos e das perdas por queda na qualidade de casca. Os dados de experimentos, confirmados pelas observações de campo, demonstram que o programa de vacinação ideal para reprodutoras e poedeiras comerciais inclui o uso de vacinas vivas e inativadas. No caso de frangos de corte e perús o controle é feito somente com vacinas vivas. Nos quadros abaixo são apresentados dados de ensaio onde poedeiras foram vacinadas em diferentes esquemas e, após desafiadas pela via intravenosa às 27 semanas de idade. Foram avaliados os sintomas clínicos e as perdas de ovos de cada grupo teste. Os dados do experimento demonstram que: - o pneumovírus provoca queda de produção e alteração de qualidade de casca que pode ser reproduzida em modelo experimental; - o uso de vacina viva ajuda na redução de perdas em produção porém ocorre a queda de qualidade de casca; - as vacinas inativadas podem prevenir na queda de produção mas ainda são observados problemas de qualidade de casca; - o programa completo previne contra a queda de produção e mantém o padrão de qualidade de casca. A adoção de programas completos tem demonstrado que o pneumovírus pode ser considerado como um patógeno primário, agravado com a presença de outros agentes de tropismo respiratório. Agentes que Agravam o Quadro Clínico Agentes de tropismo respiratório • Vírus da bronquite infecciosa (BI): geralmente tem se mostrado associado com o APV. Em sorologias pareadas observa-se um aumento nos níveis de anticorpos para BI quando do aparecimento de quadros de cabeça inchada. A atenção principal é para amostras variantes de menor relação antigênica com o sorotipo Massachusetts (notadamente o vírus variante 4/91). • Micoplasma aviário (MG): agrava os quadros de síndrome da cabeça inchada • Vírus da laringotraqueíte infecciosa aviária • Mycoplasma synoviae: pode agravar quadros respiratórios, o envolvimento ainda deve ser determinado. • Haemophillus paragallinarum: quadro clínico se confunde com os quadros de coriza infecciosa aviária. Agentes imunosupressores Alguns patógenos que agravam os quadros de pneumovírus aviário: • vírus da doença de Gumboro; • vírus da Anemia Infecciosa Aviária; • reovírus aviário; • micotoxinas. A morbidade e mortalidade foi associada claramente em aves portadoras do vírus da leucose mielóide do tipo J, com pequeno impacto pelo controle do agente. Diagnóstico Várias técnicas são utilizadas para o diagnóstico do pneumovírus aviário (soroneutralização, ELISA). A experiência brasileira demonstra que o uso da técnica de ELISA permite a confirmação do agente, porém a similaridade entre o vírus de campo e a amostra empregada na sensibilização do kit é fundamental para que não seja observada a ocorrência de falso negativos. Ações Complementares de Controle e Prevenção Algumas ações que devem ser adotadas para a redução da gravidade dos quadros de Síndrome da cabeça inchada causada pelo pneumovírus: • reduzir impacto de agentes imunosupressores (anemia infecciosa, doença de Gumboro, doença de Marek, reovírus aviário e micotoxinas); • controlar agentes de tropismo respiratório que podem ocorrer simultaneamente com o pneumovírus, principalmente o vírus da bronquite infecciosa; • programa de higiene e desinfecção de instalações e lotes alojados; • biosegurança. Bibliografias BAXTER-JONES, C.; GRANT, M.; JONES, R.C.; WILDING, G.P. A comparison of three methods for detecting antibodies to turkey rhinotracheitis virus. Avian Pathology, 18:91-98. 1989. CHETTLE. N.J.; WYETH, P.J. Turkey rhinotracheitis: Detection of antibodies using na ELISA test. British Veterinary Journal, 144:282-287. 1988. COLLINS, M.S.; GOUGH, R.E. Characterization of a virus associated with turkey rhinotracheitis. Journal of General Virology, 69:909-916. . 1988. COLLINS, M.S.; GOUGH, R.E.; LISTER, SA; CHETTLE, N.; EDDY, R. Further characterization of a virus associated with turkey rhinotracheitis. Veterinary Record, 119:606. 1986. COOK, JKA; DOLBY, CA; SOUTHEE, DJ; MOCKETT, APA. Demonstration of antibodies to turkey rhinotracheitis virus in serum from comercially reared flocks of chickens. Avian Pathology, 17:403-410. 1988. COOK, JKA; HUGGINS, MB; WOODS, MA; ORBELL, SJ; MOCKETT, APA. Protection provided by a commercially available vaccine against different strains of turkey rhinotracheitis virus. Veterinary Record, 163:392-393. 1995. COOK, JKA; JONES, BV; ELLIS, MM; JING, L; CAVANAGH, D. Antigenic differenciation of strains of turkey rhinotracheitis virus using monoclonal antibodies. Avian Pathology, 22:257-273. 1993. HAFEZ, HM. Serological surveillance for antibodies against different avian infectious agents in turkey flocks naturally infected with turkey rhinotracheitis. Journal of Veterinary Medicine B, 37:369-376. 1991. HAFEZ, HM; ARNS, CW. Disinfection trials on turkey rhinotracheitis. In: XXIV WORLD VETERINARY CONGRESS, Proceedings... Rio de Janeiro, Brazil, Abs. Nº. 10.13. 1991.MAJO, N; GILBERT, X; VILAFRANCA, M.; O’LOAN, CJ; ALLAN, GM; COSTA. LE; PAGES, A; RAMIS, A. Turkey rhinotracheitis virus and Escherichia coli experimental infection in chickens: histopathological, immunocytochemical and microbiological study. Veterinary Microbiology, 57:29-40. 1997. NAYLOR, CJ; JONES, RC. Turkey rhinotracheitis: a review. Veterinary Bulletin, 63-5:439-449. 1993.


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