Controle da Pneumovirose aviária via vacinas: a experiência brasileira
Oliveira, Clóvis de
Introdução
Sobre a denominação Rinotraqueíte Aviária (ART), é possível agrupar duas síndromes respiratórias, as quais ocorrem em diferentes espécies aviárias, mas que apresentam sinais clínicos e lesões similares. Estas são:
- Rinotraqueíte dos perus (TRT)
- Síndrome da Cabeça Inchada em galinhas (SHS)
Em 1987 um patógeno comum para as descrições acima mencionadas foi demonstrado como um Pneumovírus Aviário (PVA).
A ART é uma “síndrome” verdadeira (múltiplos fatores contribuem para o aparecimento dos sinais clínicos). Os fatores envolvidos incluem aspectos de manejo, ambiente e também os desafios por agentes virais e bacterianos. O PVA atua como “gatilho” para o desenvolvimento das síndromes, mas pode estar envolvido como desafio primário ou secundário para outro agente. A infecção primária com o PVA resultará em sinais respiratórios do trato superior, os quais são exacerbados pelo envolvimento secundário (seja ele viral ou bacteriano), que podem resultar no aparecimento da cabeça inchada.
A ART é, agora, um problema emergente de aves em muitas partes do mundo, caracterizado principalmente pelos sinais respiratórios, edema peri-ocular, cabeça inchada e queda na produção de ovos.
O controle desta enfermidade via vacinas (vivas e inativadas) começou no Brasil somente em 1998 e, desde lá, o número de aves que têm sido rotineiramente vacinadas (em especial matrizes e perus), têm aumentado consideravelmente, face aos desafios existentes e acima de tudo aos excelentes resultados apresentados pelo programa vacinal.
A seguir, abordaremos os aspectos da enfermidade e na parte final medidas de controle e prevenção.
Epizootiologia
A sequência histórica do PVA está abaixo descrita:
· 1970-1980 – aparecimento em aves na África;
· 1980-1985 – aparecimento na Europa e Oriente Médio;
· 1986-1987 – caracterização do vírus;
· 1990 – surgimento das vacinas comerciais na Europa e diagnóstico no Brasil;
· 1994 – classificação dos subtipos A e B;
· 1995/1998 - vacinas disponíveis no Brasil (inativada / vivas);
· 1998/1999 – subtipo C nos Estados Unidos;
· 2000 – subtipo D em patos na França.
O agente etiológico envolvido na ART é um Pneumovírus Aviário (PVA), o qual pertence ao gênero Metapneumovírus da família Paramyxoviridae. Ele é um vírus RNA envelopado, não hemaglutinante e com características pleomórmicas, algumas vezes esférico, mas frequentemente apresenta-se em formas bizarras com longos filamentos (veja figuras abaixo).
As técnicas de sequenciamento genético possibilitaram estabelecer as sequências de proteínas dos isolados de PVA (glicoproteína de superfície G). Isto resultou na divisão dentro de subtipos, A; B; C e mais recentemente D. Pesquisadores têm demonstrado que, mesmo quando todas as evidências sugiram um único imunotipo, a proteção cruzada entre os dois subtipos mais estudados (A e B) é incompleta e indicam que tanto as proteínas G (adesão) como a F (fusão) estão envolvidas na resposta imune para o vírus.
Patogênese e Transmissão
O PVA pode infectar perus, frangos, poedeiras, matrizes, galinha de angola, faisões, patos e avestruzes.
A transmissão se dá por via horizontal, sem evidência de transmissão vertical, embora transmissão via contaminação fecal do ovo seja possível. É suposto que o PVA seja disseminado pelos mecanismos comuns para a família Paramyxoviridae. A transmissão pelo ar é possível, especialmente quando as granjas estão próximas e grandes quantidades de pó contaminado estão presentes nos galpões, em unidades de múltiplas idades. Pessoas e veículos, especialmente caminhões de ração, são fatores que contribuem para a transmissão do vírus. A difusão do vírus nos galpões parece ser mais rápida em lotes mantidos sob a cama do que lotes criados em gaiolas, o qual implica que contato físico pode ser um importante fator na transmissão da doença.
Muitas aves tornam-se infectadas após inalar partículas virais de aves já infectadas. O vírus chega ao epitélio respiratório e começa a multiplicar-se. Feito isto, ele se difunde nas cavidades nasais e traquéia e, posteriormente, para o oviduto das aves, via corrente sanguínea.
O vírus invade o epitélio ciliar da faringe e traquéia causando ciliostase e por último danifica essas células, as quais são as barreiras naturais de defesa do trato respiratório superior. Consequentemente, bactérias e outros vírus, os quais são normalmente inalados com o pó, não podem ser bloqueados no trato respiratório. Esta “inabilidade” do sistema respiratório conduz a problemas com infecções secundárias.
Da mesma forma, a replicação no oviduto desencadeia uma sequência de eventos que resultam na inatividade dos mecanismos naturais de defesa do oviduto e posterior entrada de bactérias via cloaca (em especial E. coli). O resultado final pode ser a perda da cutícula (e coloração em ovos vermelhos), queda na produção e peritonite.
Geralmente o vírus persiste pouco tempo na ave (6-10 dias), embora a transmissão ave-ave ocorre mais facilmente quando as aves estão em contato. O vírus é relativamente frágil fora do hospedeiro e é susceptível para os desinfetantes comumente usados.
Alguns fatores importantes, como: manejo deficiente, altas densidades, qualidade microbiológica da água, grande quantidade de pó, amônia e infecções intercorrentes com microrganismos, tais como, E. coli, Mycoplasmas e Ornithobacterium rhinotracheale, exacerbam a PVA.
Diagnóstico
É importante ressaltar que um diagnóstico de PVA, somente com dados clínicos é extremamente difícil. É essencial combinar os achados na avaliação clínica com os seguintes critérios:
a. Sorologia: demonstração de um aumento de títulos em amostras pareadas. A primeira amostra tomada durante o quadro clínico e a segunda aproximadamente 4 semanas mais tarde. De acordo com LISTER (2001), a sorologia para PVA é confusa, com muito uso e abuso. A soro-conversão indica infecção e não doença.
b. Isolamento viral: as amostras deveriam ser coletadas de aves doentes. Amostras de traquéia, seios nasais e pulmões são preferíveis. O isolamento mais adequado é em material refrigerado.
c. PCR: swabs para análises bacteriológicas podem ser usados para amostrar traquéias de aves suspeitas. Aproximadamente 15 swabs deveriam ser coletados de cada grupo de aves. É necessário que os swabs sequem antes do transporte, preservando o material genético. Neste caso, o PCR somente demonstra a presença do RNA viral e não é necessariamente indicativo que haja uma infecção ativa. O vírus não deve ser congelado.
Sinais Clínicos
Os sinais clínicos de PVA, em frangos, podem ocorrer tão cedo como 15 dias de idade, mas normalmente são acometidas aves com idade entre 21-35 dias de idade. As matrizes e poedeiras podem ser afetadas em qualquer idade, mas a doença é mais facilmente reconhecida no início da produção de ovos e próximo ao pico de produção, provavelmente devido ao stress envolvido nestes estágios de produção (transferência, vacina inativada, hormônios, etc).
Os sinais clínicos iniciais da PVA incluem doença do trato respiratório superior como balancear de cabeça, estertores, lacrimejamento e o aparecimento de conjuntivite. As aves tornam-se sonolentas e deprimidas expressas pela falta de movimentação e vocalização. O exame das aves normalmente mostra um olho anormal (em forma de amêndoa) causado pela conjuntivite. Em matrizes e poedeiras, o balancear de cabeça pode ser mais difícil para distinguir. O lacrimejamento excessivo (Figura 3) pode ser somente notado por manchas nas penas do dorso e asas onde os olhos foram esfregados. Em perus, este achado clínico é mais comum. As aves afetadas podem também arranhar seus olhos e face com as patas devido ao prurido. Com o progresso da doença, o edema do tecido subcutâneo da cabeça pode ser tão extenso a ponto de forçar o fechamento dos olhos (Figura 4). Nesta fase, as aves dificilmente se movem.
Outro achado da doença, visto principalmente em matrizes e poedeiras é incoordenação e torcicolo (Figura 5 e 6) que pode ser similares aos sinais neurológicos vistos com cepas neurotrópicas da Doença de Newcastle. No caso de PVA, no entanto, os sinais não são devido ao neurotropismo direto do agente, mas devido a inflamação do ouvido interno e órgãos responsáveis pelo equilíbrio.
A evolução da doença leva entre 2-3 semanas. A morbidade do lote pode chegar a 100% e a incidência de cabeças inchadas pode variar de 5 até 20%, dependendo das condições ambientais e manejo. O manejo de ventilação é crítico para o desenvolvimento de cabeças inchadas. A mortalidade do lote associada com casos não complicados, raramente excede os 3%, mas perdas em frangos de corte podem chegar à 10-20% com condenações no abatedouro entre 5-15%.
Em poedeiras, os sinais clínicos são acompanhados por queda de 5-30% na produção de ovos e deterioração na qualidade dos ovos. Algumas vezes, esta queda na produção é o único sinal clínico observado.
Em matrizes, uma queda na eclodibilidade (5-10%) pode ser observada com nascimento de pintinhos de má qualidade e problemas na qualidade interna dos ovos (manchas na gema). Do ponto de vista fisiológico, o magnum produz o albúmen, o istmo as membranas queratinosas da casca e o útero a casca (calcárea, pigmento e cutícula). Nos testes in vitro, o magnum é aparentemente menos susceptível ao PVA do que o útero, desta forma,o vírus provavelmente afeta mais a qualidade da casca e cor do que componentes produzidos pelo magnum ou istmo. Em poedeiras vermelhas, a “Síndrome do ovo branco”, com ou sem efeitos na casca, também pode ser um achado comum.
A severidade dos sinais clínicos é aumentada em determinados lotes, principalmente naqueles sofrendo de infecção intercorrente com outros patógenos, especialmente E. coli, Mycoplasmas, Ornithobacterium rhinotracheale, Haemophilus spp, Pasteurella spp e vírus respiratórios.
Lesões Macroscópicas
Congestão, hemorragias petequiais e lesões necróticas da mucosa da cavidade nasal, fenda palatina e traquéia podem ser observadas. Normalmente ocorrem celulite no dorso da cabeça, espaço inter-mandibular, peri-orbital e barbela, seguidas por acúmulo de exsudato purulento, quando uma infecção secundária ocorre. Quando a ave sobrevive a fase aguda da infecção, o edema diminui, mas os espaços inter-mandibulares e barbelas tornam-se endurecidas. Coleção purulenta pode ser encontrada nos seios nasais. A perda de transparência e espessamento dos sacos aéreos também podem ser observados. Por fim, as aves podem demonstrar os sinais clássicos de uma septicemia secundária por E.coli, pericardite com adesões do pericárdio / epicárdio, peri-hepatite, aerosaculite e pneumonia. Aves em produção podem ter uma variedade de anormalidades do trato reprodutivo incluindo peritonite, ovos deformados, regressão do ovário e oviduto e deposição abdominal de material oriundo da gema.
Histopatologia
Nota-se uma grande perda ciliar do trato respiratório superior, havendo infiltração focal de heterófilos do epitélio nasal congestionado e cariorexia focal do epitélio traqueal. As células ciliadas podem, também, conter inclusões citoplásmicas acidófilas.
Controle e Prevenção
O controle para o PVA não foge dos conceitos já conhecidos para problemas respiratórios, tais como: manejo e densidades adequadas, controle de agentes imunosupressores, controle ambiental de poeira e amônia (níveis inferiores a 15 ppm), condições de ventilação, apoio de terapia anti-bacteriana, controle microbiológico da água e esquemas vacinais adequados.
As vacinas vivas atualmente disponíveis no mercado brasileiro diferem nos seus subtipos (A e B), origem (peru ou galinha) e grau de atenuação.
Cabe ressaltar, que as vacinas disponíveis foram desenvolvidas antes dos subtipos terem sido distinguidos em 1994. Atualmente existem três vacinas com origem peru (Aviffa RTI, Nobilis RTV 8544 e Poulvac TRT) e uma vacina com origem galinha (Nemovac). Todas as vacinas vivas produzem proteção cruzada entre os subtipos A, B e C do vírus de campo. No entanto, aves imunizadas com o subtipo C não são protegidas de desafios com os subtipos A e B. Há também evidências laboratoriais de que cepas homólogas produzem melhor proteção. No entanto, na prática, o nível de atenuação e a origem da vacina parecem ser mais importantes do que o subtipo.
Apesar da pobre correlação entre níveis de anticorpos séricos e proteção do trato respiratório, um fator importante pode ser a resposta imune do trato respiratório pelo qual ele limita a viremia à níveis insuficientes para replicação no trato reprodutivo das fêmeas.
A resposta sorológica para vírus vivo atenuado é geralmente fraca, algumas vezes, não existente. Embora possa existir ausência de anticorpos em aves vacinadas, estas geralmente estão protegidas. As vias de administração preferenciais (pela efetividade) são a ocular, spray (com equipamentos com controle adequado do tamanho de gota, o que é muito importante) e a água de bebida. A origem da cepa não é importante quando a vacina é inativada.
Alguns aspectos devem ser considerados no controle do PVA, devido aos diferentes segmentos e sob as condições do Brasil:
Perus
A Rinotraqueíte dos Perus é a principal doença respiratória em perus e o principal motivo para uso de antibióticos. O manejo de ventilação e densidade são fatores críticos que influenciam o controle do PVA nesta espécie.
O controle absoluto da infecção pelo PVA em perus comerciais, com as vacinas disponíveis associadas aos sistemas atuais de manejo é impossível, da mesma forma que é impossível imunizá-los sem causar algum grau de reação respiratória. Em lotes oriundos de matrizes contaminadas por Mycoplasma, as reações vacinais para PVA são bastante exacerbadas.
A imunidade local é muito importante na proteção em aves em crescimento e em produção e os anticorpos circulantes são muito importantes para proteger o oviduto contra os efeitos deletérios do PVA. Altos níveis de anticorpos em peruzinhos de 1 dia moderam a reação vacinal para PVA. O programa vacinal para matrizes é consistituído por, pelo menos duas vacinas durante a recria em matrizes e duas vacinas inativadas antes da produção. Em perus comerciais o emprego inicial de vacinas mais atenuadas (origem peru) no 1o dia, seguida por uma vacina menos atenuada (origem galinha) tem apresentado os melhores resultados, especialmente nos casos de machos.
Frangos
Em frangos, a vacinação contra PVA não causa as reações vacinais comumente vistas em perus. A proteção local normalmente aparece 4-5 dias pós-vacinação e a soro-conversão normalmente é detectável após 4 semanas. Este é um dos motivos para poucos “diagnósticos” da enfermidade em frangos, pois há o aparecimento de sinais clínicos característicos, porém, sem confirmação sorológica. Como o PVA replica-se lentamente, não consegue competir com outros vírus vacinais aplicados em frangos de corte na primeira semana de vida (Newcastle e mais freqüentemente Bronquite) e, por conseguinte, a soro-conversão é sempre tardia, ou seja, normalmente aconteceria quando a ave já foi abatida. A recomendação e aplicar a vacina viva entre 7-10 dias de idade.
Matrizes e Poedeiras
O intervalo de pelo menos 10 dias entre vacinas vivas de Newcastle e Bronquite e a de PVA deve ser respeitado nos programas atuais de matrizes e poedeiras comerciais. Como s programas vacinais envolvem bastante manipulação das aves e as vacinas acima mencionadas são as mais usadas (frequência de aplicação), sempre há um comprometimento da resposta vacinal para o PVA. Por isto, o uso de duas doses vivas tem apresentado melhores resultados, sendo capazes de reduzir a severidade dos sinais pseudo-neurológicos, mas não protegem contra a queda na produção de ovos. Os anticorpos circulantes (em especial, os produzidos pela vacina inativada) são essenciais para proteger o oviduto. Uma sugestão para um programa de vacinação eficiente, em matrizes e poedeiras, seria a aplicação de 3 doses, sendo 2 vivas e 1 inativa. A primeira delas deve ser viva, com aplicação entre 8-10 semanas de idade, a segunda aplicação, também viva, pode ser realizada 4-6 semanas depois (12-16 semanas de idade) e a última , inativa, com 18-20 semanas de idade. Em alguns casos, frente ao desafio local precoce, a 1ª vacina viva deve ser antecipada.
O programa vacinal em poedeiras, no Brasil, ainda não possui o mesmo percentual de utilização do que em matrizes e deve levar em conta a identificação do problema, a investigação dos possíveis fatores envolvidos, a eliminação ou ajuste destes e o controle das causas secundárias. Só assim a avaliação da relação custo X benefício do programa poderá ser estabelecido.
Considerações finais
Do ponto de vista de “custo X benefício”, o programa de controle da PVA via vacinas (2 vacinas vivas e 1 inativada) em matrizes pesadas e poedeiras comerciais, pode ser assim comparado:
· 0,5 do valor de um pintinho de corte;
· 0,7 do valor de um ovo fértil;
· 0,05 do valor de uma matriz fêmea de 1 dia de idade;
· 1,8 do valor de um ovo comercial.
Portanto, com o controle da PVA, os ganhos em diminuição da mortalidade de matrizes / poedeiras durante a produção, melhoria na eclodibilidade, redução de gastos com antibióticos, mais ovos incubáveis/aproveitáveis por ave alojada e consequentemente maior produção de pintinhos por lote de matriz são fatores mais do que justificáveis para a implementação do referido programa.
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