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Pesquisa da Unesp aponta vantagens da utilização de probióticos na avicultura de postura




Campinas, 06/07/2020


A substituição de antibióticos por probióticos, de forma preventiva na avicultura de postura foi tema de um estudo realizado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (UNESP).

O OvoSite foi conversar com dois dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, Ibiara Correia de Lima Almeida Paz, Professora Associada Departamento de Produção Animal e Medicina Veterinária Preventiva Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia UNESP e com Leonardo Vega, Médico veterinário, empresário, Empreendedor, professor e escritor, com trabalhos na área de bem-estar animal, saúde única e tecnologias disruptivas para o agronegócio.

Ibiara explica que o estudo teve a duração de 35 semanas, sendo conduzido nas instalações de uma granja comercial em Uberlândia (MG) para avaliar a viabilidade de utilização de probiótico na alimentação de poedeiras comerciais criadas em piso. “No estudo em questão, as aves foram divididas em quatro tratamentos, utilizando-se ou não o probiótico e associando-o ao tipo de debicagem (com lâmina quente ou com radiação infra-vermelha). As aves receberam probiótico desde o primeiro dia de vida. Então, foi possível avaliar todas as fases de criação. Para este estudo foi utilizado um probiótico comercial, que deve ser adicionado à ração no momento da sua disponibilização às aves”, contou.

Ela afirma que este é um mercado bastante promissor para o setor de postura. “Temos a possibilidade de realizar esta transição de maneira bastante eficiente, pois, hoje existem ótimos produtos disponíveis. Já realizamos diversos testes com probióticos e a grande maioria deles permite boa produtividade e melhorias no bem-estar das aves”, afirmou.

A utilização de alguns probióticos melhora a saúde intestinal das aves, explica Ibiara. “Em visualização histológica verifica-se aumento de até 5 vezes na altura de vilosidades intestinais. Como cerca de 90 a 95% da serotonina é produzida nos intestinos, essa melhora na integridade intestinal permite maior produção desta substância, além de melhor absorção de nutrientes”, apontou.

A equipe de Ibiara testou a utilização ou não de probióticos na ração e o tipo de debicagem, com delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e três repetições de 1.460 aves cada. “Em estudos prévios a equipe já havia verificado que aves alimentadas com probióticos apresentam-se menos estressadas, ou seja, mais tranquilas e hábeis para lidar com o estresse do ambiente. Assim, surgiu a hipótese de que o tipo de debicagem (menos severa) poderia ser utilizado sem prejuízos para o bem-estar das aves, por isso testamos as duas formas de debicagem”, disse.

Essa também é a opinião de Leonardo Vega. “Verificamos vantagens muito significativas sobre a questão do bem-estar animal. Uma vez utilizado o probiótico como ferramenta para a melhoria da saúde intestinal das aves poedeiras, ele melhora a absorção de macro e micro nutrientes em nível intestinal, diminuindo sobretudo as inflamações intestinais e conseguimos deixar as aves mais adaptáveis e menos ‘reativas’ ao meio”, apontou. “Outro resultado nessa lógica é a redução do manejo de debicagem, em cerca de 1/3 e acreditamos que, com o avanço dos estudos, poderemos reduzir em até 100%”, disse.

Mas afinal, podemos afirmar que a produtividade total de ovos das aves que receberam o probiótico foi maior que daquelas que não o receberam, independentemente do tipo de tratamento de bico? Qual é a porcentagem maior de produção? Ibiara conta que o resultado é positivo, sim. “A maior porcentagem de postura foi de 95,61%. Lembrando que estas aves foram criadas em piso”, afirmou.

Outra questão sobre a qual o OvoSite conversou com os pesquisadores foi a maneira pela qual os probióticos proporcionam às aves melhor adaptação às condições estressantes do meio ambiente. Ibiara conta que com a melhoria da saúde intestinal, as aves apresentam-se menos estressadas. “Desta forma esses animais conseguem ser mais resilientes para ‘lidar’ com as alterações do meio ambiente e seus fatores estressantes”, disse.

Já Leonardo Vega levanta outra questão: a valorização do que os pesquisadores chamam de One Health (Saúde Única). “A utilização de probióticos é um dos critérios que podem auxiliar no que entendemos como Saúde Única, privilegiando um equilíbrio entre saúde animal, saúde humana e o meio ambiente”, afirmou.


Ibiara Correia, Professora Associada Departamento de Produção Animal e Medicina Veterinária Preventiva Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia UNESP: “O estudo mostra aumento em alguns índices produtivos e melhoria na qualidade externa dos ovos. Além disso, as aves apresentam melhor qualidade de vida, com diminuição nos comportamentos agonísticos, o que torna a utilização de alguns probióticos uma questão importante para o bem-estar dos animais”.



Leonardo Vega, Médico Veterinário: “A utilização de probióticos é um dos critérios que podem auxiliar no que entendemos como Saúde Única, privilegiando um equilíbrio entre saúde animal, saúde humana e o meio ambiente”.


Fonte: Ovosite
Autor: Redação






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