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Domingo, 05/05/2024
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CIÊNCIA & TECNOLOGIA - Trabalhos Técnicos

Estrutiocultura

As Perspectivas da Estrutiocultura no Brasil

Goulart, C., E., S. A criação de avestruzes (Struthio camelus) é uma atividade agropecuária potencialmente muito interessante e vem crescendo a passos muito largos no Brasil. Esta que é a maior ave do mundo, tem um potencial de produtividade muito grande. Possui uma carne de alto valor nutricional e de ótimo sabor, o uso das Plumas para ornamentação, industria da moda, enfeites e aplicações tais como confecção de espanadores domésticos e industriais, já possui um mercado definido. O Brasil por exemplo, é atualmente um dos principais importadores deste subproduto para ser empregado na industria do carnaval. O couro, esteticamente muito atrativo, macio e delicado, é também muito valorizado para a industria da moda. Em suma, é uma animal de alta valorização comercial e a estrutiocultura é uma atividade potencialmente muito lucrativa. Registra-se criação destes animais, com fins comerciais a mais de 150 anos, na África do Sul. Naquela ocasião eram as plumas, o produto principal. De lá para cá, muita coisa aconteceu e a história da Estrutiocultura em nível mundial é cheia de altos e baixos, por causas diversas que compreendem desde insucessos por falta de planejamento de mercado à guerras mundiais. Atualmente, os principais produtores em nível mundial são a África do Sul, os Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália , Israel e Espanha. A História da Estrutiocultura no Brasil, apesar de muito recente, é também caracterizadas por altos e baixos. Em 1997, por exemplo, vivemos uma forte crise devido à presença do Paramixovírus causador da doença de New Castle encontrado em algumas aves que foram importadas e que levou à radical, porém necessária determinação de se abater grande parte do rebanho nacional de avestruzes, em proteção à industria avícola nacional. Este evento gerou um colapso na estrutiocultura brasileira que ainda se iniciava. Após 1999, com o retorno da liberação para importação de ovos embrionados e Pintos novos, a Estrutiocultura voltou a crescer. Mas apesar do grande potencial da ave, nos moldes com que a estrutiocultura brasileira vem se desenvolvendo, as perspectivas desta atividade no Brasil parecem ser no mínimo, obscuras. São várias as razões que podem nos levar a esta conclusão, mas que no fim representam a condição ainda muito amadora que esta atividade apresenta em nível de Brasil. Esta condição em verdade, é prevalente em todos os níveis da atividade. Podemos verificar isto pelo próprio modismo que atualmente a atividade vem gerando. Aves, muitas delas de qualidade zootécnica duvidosa, vendida a preços muito elevados, altamente especulados por esta nova "moda" rural. Muitos proprietários rurais, em face a esta nova "mina de ouro" que a estrutiocultura parece ser, vem tomando a iniciativa de começar uma criação sem uma prévia consultoria de profissionais especializados e o que é pior, profissionais pouco capacitados vendendo projetos mau ou insuficientemente elaborados. Da mesma forma muitas vezes podemos verificar profissionais infringindo preceitos éticos de competência profissional e prestando serviços onde não lhes faz habilitação, numa clara demonstração de má fé. Em resumo, preceitos básicos como a biossegurança, zoosanidade animal, planejamento estratégico de instalações, manejo estratégico, monitoria veterinária ostensiva, enfim, os alicerces para o desenvolvimento zootécnico sustentável, tem sido negligenciados e substituídos por planejamentos empíricos e precários de estruturação e o resultado desta insuficiência de profissionalismo pode ser facilmente auferido pelas estatísticas de produção atuais. Na média o índice de eclosão de ovos não ultrapassa os 50% e o número de pintos com desenvolvimento levado a termo é igualmente baixo. Pouquíssimos são os criadores que podem nos dizer neste exato momento qual é a prevalência de doenças consideradas básicas em monitoria zoosanitária avícola, como por exemplo, as Micoplasmoses, Verminoses, Colibaciloses, Chlamidioses, dentre tantas outras. É importante ressaltar que estamos falando em linhas gerais e que existem criadores conscenciosos e eficientes, mas estes sozinhos não serão capazes de proporcionar uma produção na escala que o mercado exige. Desta forma, estamos próximos de viver um grande paradoxo na estrutiocultura brasileira. Aqueles criadores entusiastas que muitas vezes atropelaram etapas no processo da criação destas aves estão prestes a atingir um ponto limite onde um grande prejuízo pode se tornar patente e determinar o abandono da atividade, causando com isto uma possível implosão da estrutiocultura como um todo em nível de Brasil. Ou, ainda em tempo, A atividade pode se reorganizar, deixando de lado o imediatismo e trabalhar em médio e longo prazo para uma estruturação correta em todos os níveis da atividade e que a atividade, como um ramo da avicultura, exige. A estrutiocultura é sim um agronegócio com um potencial muito bom. Não podemos nos permitir perder este nicho de mercado. È pensando desta forma que propomos aqui, ampliarmos a discussão e divulgarmos os preceitos técnicos e corretos para uma estrutiocultura profissional. A orientação técnica adequada é fundamental para qualquer atividade e é nesse ínterim que a presença de um profissional médico veterinário se faz fundamental, pois é o único profissional competente (lembrando que competência é uma atribuição legal, determinada pelo ministério da agricultura) e ainda assim, este precisa estar capacitado para atuar em estrutiocultura, biossegurança e Sanidade animal. Acreditamos assim, que neste paradoxo, este seja o caminho a ser perseguido.


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